Vilhões e Broquilhas

Nas últimas eleições autárquicas o PCP praticamente desapareceu do mapa autárquico regional. Perdeu o deputado municipal em Santa Cruz, perdeu o deputado municipal em Câmara de Lobos e, mais importante que tudo, perdeu o vereador no Funchal que elegia há mais de 12 anos. Esse desaparecimento do mapa autárquico, com destaque para o Funchal, teve como principais causas a forte bipolarização que fez com que Cafôfo fosse 'roubar' o vereador ao PC, o que lhe permitiu alcançar a maioria absoluta. O desempenho, muito insatisfatório do PC, nos últimos atos eleitorais, aliado à desastrosa prestação de Edgar Silva nas presidenciais preocupam muito os principais quadros da Rua João de Deus, pelo que há quem já pondere avançar com a proposta de colocar Silvia Vasconcelos como cabeça-de-lista em detrimento de Edgar. Seja como for, a verdade é que o PC arrisca-se a ser varrido pelo 'furacão Cafôfo' e a ficar com um deputado, apenas, ou, pior que isso, desaparecer mesmo do palco p arl

O Bloco na Madeira conseguiu, nas Regionais de 2015, o seu melhor resultado de sempre com a eleição de um grupo parlamentar. Logo a seguir conseguiu eleger, também pela primeira vez, um deputado à Assembleia da República. Resultados nunca visto, nem nos tempos do saudoso Paulo Martins. Com Almada ao leme, e com a ajuda da Catarina Martins, os bloquistas, que muitos davam como mortos, ressurgiram das cinzas e escreveram a sua melhor página na história da extrema-esquerda no arquipélago. Curiosamente, mesmo nesta situação nunca antes atingida, Guida Vieira deu o golpe no Almada e colocou lá o atual coordenador. Na campanha interna, Paulino propôs-se fazer melhor e culpou Almada por não ter conseguido melhores resultados. Esta postura do atual coordenador, às ordens da Guida Vieira, deixa antever um resultado estrondoso nas eleições de 2019: eleger mais deputados à Assembleia Regional e, no mínimo, manter o deputado à Assembleia da República, com um acréscimo de votação nos bloquistas, é

O PTP elegeu, para surpresa de alguns, 3 deputados na eleições regionais de 2011. Esta eleição, após um resultado extraordinário nas Presidenciais do mesmo ano, colocou no Parlamento Coelho, a sua filha Raquel e José Luís Rocha. Desde então, tem vindo a perder algum fulgor e em 2015, na tal coligação falhada em que entrou, ficou reduzido a um deputado. Se é certo que em 2011 teve o resultado que teve, com votos roubados sobretudo ao Bloco e ao PC, também é verdade que José Manuel Coelho mantém, até hoje, uma popularidade inegável junto da sociedade madeirense. Goste-se ou não do seu estilo, não há madeirense que não o conheça. E isso pode ser decisivo na hora do voto. Apesar de estar muito longe da situação de 2011 a verdade é que Coelho, se for o cabeça de lista do PTP ou se, pelo menos, for presença assídua e de destaque na campanha dos trabalhistas, deverá contribuir para a eleição de, pelo menos, um deputado. Isso, claro, se o furacão Cafôfo não varrer tudo à sua passagem...

Gil Canha, deputado independente por força da extinção do PND, assumiu-se em tempos como "Canhão contra a corrupção", slogan que lhe valeu várias eleições, tendo ficado desacreditado pela extinção da sua força política ter sido decretada pelo Tribunal Constitucional por razões de pouca clareza e falta de transparência na gestão dos dinheiros públicos (não apresentaram contas em vários anos como estavam obrigados por lei). O ainda deputado independente prepara-se para integrar a candidatura do PURP (Partido Unido dos Reformados e Pensionistas) às Regionais de 2019 mas não deve ser o cabeça de lista. A exemplo do que aconteceu nas últimas autárquicas a candidatura deve ser encabeçada pelo Enfermeiro Edgar Silva, um vira-casacas ressabiado que já foi do PSD, PTP, Nos Cidadãos e agora é do PURP. O resultado previsível é a não eleição de nenhum deputado e Canha ficar fora da Assembleia.

Nos próximos dias faremos uma análise, de 2 parágrafos, aproximadamente , às várias forças representadas na Assembleia Regional e que se perfilam como concorrentes às Regionais de 2019. É uma por dia. Amanhã iniciamos com o ex-PND/futuro PURP. Seguem-se, por esta ordem, PTP, BE, PCP, PS, JPP, CDS e PSD. Depois, lá iremos a possíveis candidaturas de partidos extra-parlamentares. Até já!

Consta que a hostes sociais-democratas madeirenses andam agitadas com uma sondagem que lhes dá apenas 16 deputados. A caganeira é tanta que levou setores importantes do regime a começarem a mudar de posicionamento. Além da tia Pedra consta que algumas figuras gradas do jardinismo encetaram uma aproximação a Cafôfo. O mesmo se passa com quadros dos partidos mais pequenos que correm o risco de serem varridos pela forte bipolarização que se adivinha para as regionais de 2019. Aguardemos por novos desenvolvimentos...